Durante séculos, o homem sonhou em voar. Conseguiu, através de um aparelho que pesa toneladas. Segundo o Ibope, 42% dos brasileiros que têm que viajar de avião por algum motivo gelam de medo antes mesmo da decolagem. Embora estatísticas mostrem que por ano morrem mais pessoas vítimas de mulas do que de acidentes aéreos, não existem argumentos que coloquem chão nos pés de alguns a nove mil metros de altura. Quando um desastre aéreo acontece, dificilmente há sobreviventes e a tragédia é notícia por um bom espaço de tempo. Essa comoção geral pode fazer, muitas vezes, com quem não tenha medo de voar desenvolva algum tipo de receio , explica o psiquiatra Leonard Verea.
Algumas companhias internacionais oferecem programas de ajuda aos passageiros. Em qualquer uma, se durante um vôo alguém passa realmente mal, o comissário de bordo é orientado a acalmar, explicar o funcionamento do avião e até propor um passeio pela cabine de comando. Pode resolver para alguns, mas não para os fóbicos.
“Fobia é uma neurose caracterizada pelo medo excessivo de alguma coisa. Tem quem não possa entrar em elevador, quem não possa sair em ambientes abertos ou cheios demais, ou vazios demais e, claro, aqueles que não conseguem viajar de avião, entre outros”, explica o psiquiatra. E o pior é que ela pode se desenvolver em qualquer momento da vida da pessoa. “é possível prevenir que este medo cresça a ponto de se tornar um fator limitante”, afirma Dr. Verea.
Pra passar por essas, tem de tudo: de simpatias da umbanda a comprimidos fortíssimos. Tem também quem aposte no uísque como forma para se acalmar. Mas quem precisa viajar muito e por períodos curtos, como empresários, por exemplo, costuma sofrer mais com as fobias de voar não só pelos efeitos de remédios como pela possibilidade de prejuízos físicos e financeiros significativos.
Eu tive um paciente, diretor de um banco, que mandava os funcionários de avião e viajava de carro. Quando isso se tornava impossível, bebia muito antes de embarcar e passava o maior tempo possível trancado no banheiro , conta dr. Leonard. “Descobrimos, com a hipnose, que o medo dele vinha do fato do avião ser um meio de transporte em que ele perdia o controle da situação. Trabalhamos o problema e hoje ele voa normalmente”, finaliza o médico.
Dr. Leonard F. Verea é médico psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de Milão, Itália. Especializado em Medicina Psicossomática e Hipnose Clínica, o Dr. Verea é membro de diversas entidades nacionais e internacionais. É presidente da Sociedade Brasileira de Hipnose Clínica e Dinâmica e atua no Brasil desde 1985. Dirige o Instituto Verea e a UNICAP, empresa voltada à implementação e manutenção das condições de saúde e segurança no ambiente de trabalho.
Fonte: Central de Fontes Comunicação
Isabelle Lindote – isabelle@feminice.com.br
