Perdas e Luto – como lidar

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O luto é um processo complexo onde o período mais difícil e o primeiro ano. Nesse período as pessoas enlutadas podem sentir emboces diversas que oscilam como tristeza, angustia, medo, abandono entre outras manifestações físicas de doenças psicossomáticas (problemas estomago, alergias, inflações e até câncer).  Os momentos iniciais da perda são bastante difícil em especial se for uma perda inesperada (repentina) o choque da perda pode trazer emoções fortes que faz o processo de luto ser vivenciado com um trauma (susto) onde a pessoa pode ter sintomas semelhantes a Transtorno de Estresse Pós Traumático (níveis de ansiedade alto com manifestações físicas e psíquicas que traz a pessoa sensações de perigo e ameaça eminente como se o evento estivesse acabado de ocorrer).

 

É importante que a pessoa busque apoio da sua rede social (família e amigos) tanto para poder apoiar –se emocionalmente e mesmo de maneira objetiva com apoio na rotina do cotidiano. É importante que a mulher consiga ter seu momento para elaborar sua tristeza e adquirir forças para quando estiver com os filhos entender as necessidade e maneira como cada um precisa ser apoiado na sua forma de elaboração do luto.

 

O processo de luto é particular tanto nas emoções como na intensidade e se ocorre dentro de um tempo ‘normal’ ou se se estende como um luto patologico. O período de maior tristeza pode trazer emoções de maior dificuldade de seguir em frente (quase como uma paralisia emocional) fase de identificação como se ‘tivesse morrido’ junto com a pessoa perdida.

 

No trabalho, é importante que a volta seja gradual e que concilie envolver-se com as atividades mas também com espaço para cuidar das outras áreas da vida de maneira que o trabalho não sirva de válvula de escape e mascare ou retarde o processo de luto.

 

 

Perdas precoces

 

O luto é um processo único e pessoal de elaboração de perdas, faz parte da existência humana e pode ser vivido por crianças desde muito cedo. Esbarrar em situações dolorosas e aprender a lidar com elas é imprescindível para o amadurecimento emocional e psíquico. Em geral, situações que favorecem esse desenvolvimento estão relacionadas a perdas.

 

Experiências que implicam perda imediata causam sofrimento e frustração, mas resultam em ganho no desenvolvimento posterior.

Além de informações claras sobre a morte do ente querido, é preciso oferecer acolhimento para a criança, do contrário, abre-se espaço para o medo e a culpa.

 

A CRIANÇA:

Se a criança nota que lhe ocultam informações ou percebe desvalorização de seus sentimentos, essa experiência ficará gravada na memória e será acessada quando vivenciar novos processos de perda.

Na fase pré-operacional do desenvolvimento (vai dos 2 aos 6 anos), a criança acredita na realização de tudo que pensa ou quer e, se alguém próximo morrer, ela pode imaginar que o fato está relacionado com seu desejo ou pensamento de destruição e retaliação e, essa ideia pode ser fonte de culpa.

No início do processo de elaboração do luto, a criança pode manifestar desejo de se unir à pessoa morta, colocando-se muitas vezes em situações de risco.

Embora cause sofrimento, a morte de animais de estimação ajuda a criança a compreender os ciclos da vida e a superar frustrações com as quais terá que lidar durante toda sua existência.

 

OS PAIS:

É importante que adultos próximos (pais, avós, professores) tenham cuidado na maneira de oferecer informações sobre a morte e sua irreversibilidade, pois as primeiras experiências costumam deixar marcas profundas.

As tentativas de ocultar o fato ou diminuir sua importância tendem a dificultar a compreensão.

A comunicação é fundamental e requer uma maneira adequada de escutar a criança enlutada.

 

É necessário esclarecer a criança, que as pessoas mortas não voltarão e que todos um dia morrerão, inclusive ela própria, ainda que não se saiba quando e como.

Explicar que a morte de alguém querido não significa que a criança ou as pessoas próximas desaparecerão ao mesmo tempo.

 

Não pensar que distraindo a criança o tempo todo com brincadeiras, ela não vai perceber os acontecimentos ou irá superar facilmente as perdas.

Deve-se convidar a criança a participar dos rituais e compartilhar sentimentos, pois poupá-la da vivência e sonegar informações pode causar insegurança e deflagrar comportamentos autodestrutivos.

 

É inadequado usar metáforas para falar da morte com crianças no estágio pré-operacional (dos 2 aos 6 anos), pois nessa fase a compreensão é literal. Embora ajudem a diminuir a dor da perda, as comparações tendem a causar confusão, medo e sofrimento.

 

Deve-se  utilizar desenhos animados infantis que abordem temas como morte e adoecimento, como ferramenta terapêutica que podem auxiliar os pequenos a se expressar (algumas histórias despertam o sentimento de identificação com os personagens). Porém, é importante verificar se, nesses desenhos ou filmes, o luto é nomeado, se há elaboração da separação, se os personagens têm apoio ou enfrentam a dor sozinhos. Os livros também costumam ser bons coadjuvantes nesse processo, mas não substituem o contato pessoal.

 

Nos casos em que a família se vê impotente para lidar com a questão da morte e do luto, a psicoterapia (incluindo atividade lúdica), destaca-se como forma de cuidado, pois a comunicação das crianças pequenas não se restringe à forma oral.

 

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