O impacto psicológico do câncer de mama

96

 

O impacto psicológico causado pelo câncer de mama traz uma significativa repercussão na vida da paciente. Quando esse momento é vivido com conhecimento e compreensão, e um apoio psíquico, torna-se possível o entendimento dos medos e angústias que podem interferir em uma resposta ao seu tratamento terapêutico. Dessa forma, é importante que o acompanhamento multidisciplinar e especializado seja promovido à paciente com dedicação e confiança, oferecendo assim, o reestabelecimento da saúde em seu sentido mais amplo.

O tratamento de uma paciente com câncer de mama deve ser conduzido obedecendo algumas peculiaridades como, a idade, o momento de vida em que se encontra essa mulher e os seus anseios e planejamentos precisam ser expostos, para que haja uma conduta correta e direcionada. Outro ponto relevante é o acolhimento da equipe médica, como o diagnóstico é comunicado e posteriormente no efetivo tratamento, pois a relação médico-paciente gera troca e confiança entre eles. Quando isso não acontece, pode ocorrer um desgaste maior da mulher durante todo o processo do tratamento. O apoio familiar também é traçado como parte importante da terapia. A inserção da família nesse processo favorece a aceitação da doença e a reabilitação, influenciando na melhoria da qualidade de vida da mulher vítima do câncer.

A paciente pode desenvolver uma depressão e um isolamento social. O especialista, ao perceber tais sintomas, deve encaminhá-la ao serviço de psicologia e psiquiatria. Muitas vezes, essa paciente se nega a aceitar tal conduta, ela tende a encarar a doença como uma ação destruidora e geralmente é sentida como um castigo, uma punição, uma vez que o câncer está associado ao estigma da morte. Apesar dessa postura, o médico deve mostrar as possibilidades de cura, a sua relação com a estética e como isso pode ser vivido e superado.

A presença da depressão e estado de dor e angústia é perfeitamente aceitável na descoberta da doença. É patológico se a mulher apresentar uma outra postura, isso significaria a negação do câncer. Para que esse cenário seja menos doloroso, a equipe de saúde pode, também, ser participativa positivamente nesse cenário psicoterapêutico, o que possibilitará uma maior tranquilidade e apoio durante todo o processo de tratamento, assim como de seus familiares.

O temor ao câncer de mama acomete a retirada de parte do corpo da mulher e, que em muitas culturas, desempenha função significativa, a sua estética, fantasias e intimidade ficam comprometidas. Aceitar sua nova condição e adaptar-se à nova imagem do seu corpo, exige um esforço muito grande para o qual, muitas vezes, não estão preparadas e por isso ela precisa de um apoio próximo, de alguém confiável.

O apoio do companheiro é muito importante, embora, seja uma situação de dificuldade e aceitação também para ele. A mulher, na maioria das vezes, apresenta um sentimento de isolamento, se torna fria e distante e se recusa a ter relações sexuais, por acreditar que não é mais atraente para o marido e que não é capaz de trocar experiências, antes compartilhadas. O suporte psicológico deve ser oferecido ao casal, muitos homens se assustam com a deformação do corpo da mulher, fica com medo de tocá-la, se sentem amedrontados com a situação, que deve ser trabalhada e abordada pelo casal. O amadurecimento, cumplicidade e a confiança estabelecida nesse relacionamento também será um fator de peso para a condução psicoterapêutica do problema.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, insira seu comentário!
Por favor, insira seu nome aqui