Suicídio do Chef celebridade, Anthony Bourdain

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O suicídio é um problema de saúde pública global que atinge todas as faixas etárias que acontece com frequência em todos os países e por diferentes razões. Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou uma realidade chocante no Brasil: 32,3 casos de suicídio são registrados por dia no país, isto representa uma média de mais de uma morte por hora.

 

A ideia de que o ato tem relação com doenças mentais, como depressão, por exemplo, é consolidada. Entretanto outros fatores que podem contribuir para que uma pessoa recorra ao ato. De acordo com a OMS, muitos suicídios acontecem em momentos de crise com o enfraquecimento da habilidade de lidar com os problemas da vida, como problemas financeiros, fins de relacionamentos amorosos, dores crônicas e doenças.

Em países de alta renda, o grupo mais vulnerável é o de homens com mais de 50 anos. Já em países de baixa ou média renda, o foco está em mulheres com mais de 70 anos e jovens adultos, entre 15 e 29 anos.

A Organização Mundial da Saúde lembra que a prevenção é possível. E uma das medidas mais eficazes, diz o estudo, é a restrição ao acesso aos principais meios de suicídio, como armas e pesticidas. O primeiro levantamento global sobre o tema realizado pela OMS aponta também que os principais métodos utilizados em todo o mundo são envenenamento, enforcamento ou armas de fogo.

 

Já perdemos Robin Williams, um grande ser humano e ator (Uma Babá quase perfeita e Uma Noite no Museu entre outros filmes). Robin Williams tirou sua vida depois de anos de luta contra depressão, mania, alcoolismo e abuso de substâncias.

 

Tragicamente os sentimentos de desesperança que podem acompanhar a depressão levou a melhor sobre ele. Sua morte é mais uma chamada para acordarmos, que reacendeu a discussão sobre a doença mental e a necessidade de criar um diálogo público mais forte para ajudar aqueles que sofrem de doença mental.

 

O que torna a sua morte tão difícil de compreender é não só a nossa admiração por ele como um gênio da comédia, mas também que aparentemente tinha tudo – sucesso e os recursos para lutar contra a doença.

 

A verdade inconveniente, porém, é que as doenças mentais podem ser fatais. Essas doenças atualmente matam tanto quanto os grandes assassinos. Temos de continuar a investir em pesquisa para desenvolver tratamentos novos e mais eficazes para pessoas com depressão e outras doenças mentais. A meta deve ser um futuro em que não haja vidas perdidas como resultado do suicídio.

 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em média cerca de 3.000 pessoas tiram suas vidas diariamente e para cada pessoa que comete suicídio, 20 ou mais tentam acabar com suas vidas.

 

  • Como podemos ajudar a diminuir essas estatísticas:
  • Aumentando a conscientização de que o suicídio é evitável
  • Melhorando a educação sobre o suicídio
  • Divulgando informações sobre o conhecimento do suicídio
  • Diminuindo a estigmatização em relação ao suicídio

 

Estatísticas Mundiais
(Fonte: Organização Mundial da Saúde, 2015)

Esse é um dos tópicos mais delicados de abordar com segurança porque as taxas de suicídio que chegam à Organização Mundial de Saúde (OMS) são pouco confiáveis, com exceção dos países que levam a sério a prevenção e o acompanhamento da morte voluntária. De um total de 172 países membros, a OMS considera que apenas 60 enviam dados de boa qualidade, na maioria, nações desenvolvidas. E é justamente nos 112 restantes que se encontram 78% dos suicídios registrados no mundo.

Estima-se que 800 mil pessoas morram desta forma anualmente, uma a cada 40 segundos, o que equivale a 1,4% dos óbitos totais. Cerca de 78% ocorrem em países de renda média e baixa. Segundo a OMS, apenas 28 países possuem estratégia nacional de combate à morte voluntária. A média global é de 10,7 por 100 mil habitantes, sendo 15/100 mil entre homens e 8 entre as mulheres.

A região que apresenta os índices mais altos é a Europa (14,1), seguida pelo Sudeste Asiático, com 12,9 suicídios por 100 mil. Quando avaliamos a taxa dos países africanos, que é de 8,8 a cada 100 mil, ou das Américas, 9,5 por 100 mil, fica evidente que há distorções associadas à subnotificação. É o caso do Brasil, cujo índice é considerado baixo, 6,3/100 mil, mas que ainda precisa melhorar a qualidade de seus dados.

Outro aspecto interessante é a relação entre a morte voluntária e gênero. À primeira vista, os homens são os mais afetados pela morte voluntária, mas não é bem assim. Embora o índice masculino global seja em torno de duas vezes maior, chegando ao triplo em países desenvolvidos, as mulheres tentam em maior quantidade, mas os métodos utilizado pelos homens são mais letais (armas de fogo e enforcamento), o que impacta diretamente os números. Estima-se que pessoas do sexo feminino tentem se matar duas vezes mais que os homens. Portanto, é preciso cautela ao tratar desse tipo de informação.

Os dados mundiais da OMS mostram que 47,9% dos países possuem taxa de suicídio masculino igual ou acima de 15/100 mil, estando 19,5% entre 10 e 14,9/100 mil. Já em relação às mulheres, 46,9% dos países registram índices abaixo de 5/100 mil e 40,7% entre 5 e 9,9/100 mil.

No Brasil, o índice de mulheres que morreram por suicídio em 2015 foi de 2,7 / 100 mil, enquanto os homens atingiram taxas quase quatro vezes superiores, 9,6 por 100 mil habitantes. Nos Estados Unidos, que registram dados confiáveis, os índices foram de 5,8/100 mil de mulheres e 19,5 de homens, praticamente a mesma proporção em relação ao gênero.

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