Clipping

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1. É comum nos dias de hoje ouvir frases como “sintome estressado”, “levo uma vida estressante” etc. Muitas vezes, as pessoas utilizam a palavra estresse indiscriminadamente, seja para exprimir um estado de cansaço, ansiedade ou às vezes um nervosismo ou raiva repentinos? O que, do ponto de vista médico, é o estresse? E quais os principais sintomas levam uma pessoa a ser considerada estressada?

A tradução da palavra “stress” é “tensão”. Todos acumulam tensão no dia a dia, desde situações agradáveis a outras menos (ganhar na loteria, ser demitido, perder a hora para acordar, perceber que acabou a pasta de dente, trabalhar demais, casar, ter filhos, comprar um objeto desejado etc.).

É a reação do nosso organismo a ação de qualquer estimulo, físico, químico, infeccioso ou orgânico, nervoso ou mental, emocional afetivo.

2. Hoje são oferecidas inúmeras alternativas para aliviar o estresse, desde massagens orientais, passando por terapias até grandes técnicas de relaxamento. No dia-a-dia -em casa ou no trabalho -há meios de prevenir o estresse, ações que cada um pode passar a adotar no seu cotidiano com este objetivo? A tensão é necessária , nos somos movidos a tensão, que equilibramos com o relaxamento.

Se não houver tensão, não há a mola que desencadeie todos os processos ligados à iniciativa, motivação etc.

A capacidade do indivíduo consta em conseguir eliminar a tensão acumulada de forma natural e não através de válvulas artificiais, somatizando, por exemplo, ao fumar demais, beber demais, ficar agitado demais, ter insônia, ter os desempenhos profissional e sexual prejudicados etc.

Como regra geral, aconselho adotar um meio termo. Conseguir espaço e tempo para a família, para o trabalho, para o lazer, para a vida sexual e para si próprio significa menos estresse e mais produtividade.

3. Atualmente, a maior busca das pessoas é por qualidade de vida e os apelos publicitários em torno disso são maciços. Até que ponto uma melhor qualidade de vida está associada a fatores externos (ter uma casa em frente a um lago, se matricular na academia de ginástica, comprar uma casa próximo ao trabalho etc) e até onde essa tão sonhada “qualidade” pode ser “comprada”? Existe uma enorme diferença entre “ter” e “ser”.

Qualidade de vida se conquista, não se compra.

O fato de “ter tudo” não garante que a pessoa possa “ser feliz, em equilíbrio e de bem com a vida”.

Nós precisamos também “ter” para satisfazer o melhor conforto, a vaidade, o orgulho, o social etc., mas nada disto adianta se não somos “maduros” o suficiente para apreciar. Precisamos sempre ter uma boa Auto-estima para sermos cada vez melhores.

4. Do ponto de vista da Medicina Psicossomática há alguma recomendação para alcançar o equilíbrio e ter uma vida feliz, completa e plena de satisfação? O equilíbrio é o resultado de altos e baixos; não existe equilíbrio somente nos altos ou apenas nos baixos (o dia e a noite, o frio e o calor, trabalho e lazer, etc.). Portanto, o processo evolutivo do indivíduo, o amadurecimento, a vivência, as críticas e as autocríticas, a busca de “fazer cada vez mais e melhor” levam a pessoa a encontrar o caminho certo.

Aqueles que percebem não conseguir alcançar estes resultados sozinhos devem ter a humildade necessária para pedir ajuda a quem possa oferecê-la.

5. É verdade que pessoas com dificuldade de expor seus sentimentos e desejos, tanto na vida pessoal quanto profissional, ou que têm algum tipo de problema emocional mal resolvido criam “válvulas de descarga” que podem trazer impactos diretos para o organismo, como algum tipo de doença, por exemplo? Quando nos não conseguimos eliminar a tensão acumulada de forma natural, continuamos acumulando-a até que, necessariamente, ela precisa ser eliminada. Toda esta energia vai ser eliminada onde encontrar maior facilidade. E o nosso organismo oferece todas estas “válvulas artificiais” de eliminação das tensões, somatizando, ou seja, atingindo aqueles orgaõs e aparatos que estão mais “fracos” naquele momento, como por exemplo, o aparelho digestivo, com gastrite, aerofagia; o aparelho cardíaco e respiratório com hipertensão, taquicardia, falta de ar, asma; eczemas e micoses no aparelho dermatológico; aumento da sudoração; problemas ligados a esfera sexual como ejaculação precoce, frigidez, impotência etc.

6. Existe um ditado que diz: “você é aquilo que você pensa”. Até que ponto a mente (através de pensamentos, idealizações etc.) pode interferir no estado de bem-estar da pessoa e atrair situações negativas ou positivas para a vida de cada um? Nós utilizamos uma mínima parte do nosso potencial mental e sabemos que, com o treinamento e a prática, podemos melhorar o nosso desempenho mental e físico. Portanto, o poder da mente pode nos levar a remover montanhas e resolver problemas.

Há inúmeros trabalhos publicados onde, por exemplo, se descreve a cura de certos tipos de câncer com a força de vontade e a vontade de viver.

7. O senhor também é especialista em comunicação não-verbal e utiliza uma técnica que o senhor desenvolveu através da hipnose dinâmica para auxiliar líderes na gestão de pessoas. Sem fazer o curso, que dicas básicas o senhor poderia sugerir a um profissional para aprender a ler as várias formas de expressão do interlocutor e entender melhor o que se passa na sua mente? O ideal é o profissional conseguir controlar a própria ansiedade e se dedicar a observar mais e melhor o interlocutor, tentando decodificar o significado simbólico de sua comunicação, ou seja, interpretando o que isto representa neste contesto especifico: braços cruzados, mãos que seguram o queixo, frases ditas com muitas interlocuções etc.

Usar a própria intuição e o bom senso.

8. Ainda sobre comunicação não-verbal, ouve-se muito falar de técnicas que envolvem decoração de ambientes, escolha de móveis, o uso das cores, dos trajes etc. Como é possível fazer interpretações em cima de questões simples que fazem parte do dia-a-dia de qualquer pessoa e que passam, na maioria das vezes, despercebidas? Utilizamos tanto a mente consciente, a razão, como a mente inconsciente, a emoção, para processar as informações recebidas.

Nós nos comunicamos o tempo inteiro através da Comunicação Não Verbal para transmitir imagens aos nossos interlocutores e para criar imagens no nosso meio ambiente que nos ajudem a encontrar o equilíbrio para as nossas emoções, ou seja, viver situações que criem o nosso envolvimento emocional com o que está acontecendo ao nosso redor.

Os espaços, as cores, os objetos de decoração, os ambientes, as roupas são criados com o intuito de criar imagens, envolvimento emocional, tensão, para que possamos sentir que “estamos vivendo”.

9. Se pensarmos daqui a dez anos, na opinião do senhor quais serão as tendências para o profissional. Ele continuará fugindo do estresse e buscando incessantemente a qualidade de vida? Haverá mudança de valores? Ocorrerão mudanças estruturais e filosóficas nas empresas para se adequar a este novo perfil? Vivemos em um mundo muito dinâmico e intenso. Para conseguirmos manter o equilíbrio e a nossa boa auto-estima, precisamos viver o dia-a-dia, o hoje, preparando-nos para o amanhã, sem querer viver no amanhã.

Quem quiser ser feliz hoje, seja; do amanha não se tem certeza.

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